terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Gene pode explicar evolução do cérebro humano

Gene pode explicar a evolução do cérebro humano

Cientistas descobriram uma sequência genética que passou por mudanças evolucionárias, aceleradas, nos humanos e pode explicar o porquê do cérebro humano ser mais desenvolvido que o dos outros animais.
Um estudo internacional, liderado por pesquisadores da Universidade da Califórnia, Santa Cruz, usou computadores para comparar os genomas de chimpanzés, humanos e outros vertebrados para identificar quais elementos do genoma humano haviam passado por mudanças radicais ao longo dos milénios.
No topo da lista que foi feita pelos pesquisadores ficou a região genética chamada de HAR1, activa no cérebro humano durante uma época fundamental no seu desenvolvimento: as primeiras semanas de vida dos fetos.
O gene actua em células nervosas chamadas Cajal-Retzius, que têm papel fundamental na formação da estrutura em camadas do córtex cerebral humano e no crescimento e formação das conexões entre os neurónios.
"A descoberta é muito interessante porque o córtex humano é três vezes maior que nos nossos predecessores. Alguma coisa fez com que nossos cérebros evoluíssem para ser muito maiores e ter mais funções que os cérebros de outros mamíferos", diz David Haussler, director do Centro de Ciência Biomolecular e Engenharia da universidade.

O estudo, publicado pela revista "Nature", mostra que o HAR1 é essencialmente o mesmo em todos os mamíferos, excepto nos humanos.
Há apenas duas diferenças entre os genomas das galinhas e dos chimpanzés na sequência HAR1 de 118 bases – as subunidades de DNA.
Isso significa que ela permaneceu a mesma durante centenas de milhões de anos de história evolucionária, uma indicação de que tem uma função biológica importante.
Mas em algum momento entre 5 milhões e 7 milhões de anos atrás, o HAR1 começou a mudar dramaticamente. "Encontramos 18 diferenças entre chimpanzés e humanos, o que representa uma mudança incrível para uns poucos milhões de anos", afirma Katherine Pollard, que liderou a pesquisa.
Os cientistas acreditam que este gene não apenas controla a produção de proteínas, como a maioria, mas tem um papel na modificação da função de outros genes.
"A nossa hipótese é que as mudanças ocorridas nos humanos preservaram a função geral da molécula, mas de alguma forma alteraram suas interacções com outras estruturas. Essas diferenças podem ter alguma coisa a ver com o que faz que nosso cérebro seja diferente do de um chimpanzé", diz Sofie Salama, outra cientista que liderou o estudo.
Pesquisas que estão a ser feitas no momento podem levar a descobertas mais definitivas sobre as funções do HAR1 no desenvolvimento do cérebro humano.


Fonte: http://newssearch.bbc.co.uk


Opinião Pessoal: na minha opinião tais descobertas e pesquisas são bastante importantes, pois assim é possível ter uma melhor percepção sobre a nossa condição enquanto humanos - seres pensantes! Mostra-nos também como o DNA e seus constituintes têm total importância em quem somos e como somos, e como uma simples mudança nos seus constituintes faz toda a diferença!

domingo, 27 de janeiro de 2008

Genoma sintéctico

"Investigadores norte-americanos do Instituto Venter anunciaram hoje ter conseguido criar em laboratório o primeiro genoma sintético de uma bactéria, um passo considerado crucial para a criação de uma forma de vida artificial.
Trata-se da maior estrutura de ADN - a estrutura base da vida - alguma vez fabricada pelo homem, destacam os autores deste estudo, publicado hoje na revista científica norte-americana Science.
«Isto representa um avanço entusiasmante para nós investigadores e para esta disciplina», afirmou hoje Dan Gibson, principal autor do estudo, no qual também participou Craig Venter, fundador do Instituto e um dos mais controversos pioneiros da biotecnologia.
Porém, o principal responsável pelo documento sublinhou que os trabalhos continuam «com o objectivo último de inserir um cromossoma sintético numa célula [viva] para criar o primeiro organismo artificial».
«Demonstrámos que é possível criar artificialmente grandes genomas e ajustar o seu tamanho, o que abre caminho para potenciais aplicações importantes, tais como a produção de biocombustíveis ou para o absorção de dióxido de carbono [CO2]», explicou por sua vez Hamilton Smith, um dos co-autores da investigação.
De acordo com este investigador, através desta descoberta será também possível produzir organismos artificiais para o tratamento biológico de resíduos tóxicos, entre outros.
O principal autor do estudo, Dan Gibson, precisou que a pesquisa «representa a segunda das três etapas para a criação de um organismo vivo inteiramente artificial».
Para a etapa final - na qual os especialistas já se encontram a trabalhar - os investigadores do Instituto Venter vão tentar criar uma célula artificial de bactéria baseada inteiramente no genoma sintético da bactéria 'Mycoplasma genitalium', que acabam de produzir.
Ou seja, este cromossoma será transplantado para uma célula viva, da qual poderá tomar o controle e transformar-se em uma nova forma viva.
O genoma que os investigadores conseguiram criar em laboratório copia partes essenciais do ADN da bactéria "Mycoplasma genitalium" e foi baptizado pelos seus criadores de 'Mycoplasma laboratorium'.
O Mycoplasma genitalium é um organismo relativamente simples quando comparado com um ser humano, já que é composta por 580 genes enquanto um humano é composto por 36 mil genes.
Citado pelo jornal britânico The Guardian, o fundador do Instituto, Craig Venter, já tinha afirmado que esta descoberta iria permitir aos investigadores «passar da leitura do código genético para a possibilidade de ter a habilidade de escrevê-lo».
«Isto dá-nos a capacidade hipotética de fazer coisas que não foram imaginadas antes», frisou.
De acordo com Pat Mooney, director da organização canadiana ETC Group, um grupo de reflexão sobre bioética, os investigadores estão a criar «um chassis sobre o qual se pode construir praticamente qualquer coisa».
«Pode-se tornar numa contribuição à humanidade tão grande como um novo medicamento, ou uma enorme ameaça, como uma arma biológica», advertiu."

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

'Doping genético' pode alterar futuro do desporto

Terapia pode ser usada por atletas para aumentar performance. mais um exemplo de as Biotecnologias podem ser usadas em tudo o que nos rodeia!

Uma nova pesquisa, que deve começar a ser testada em humanos, mostrou que é possível, através da terapia genética, aumentar em até 20% a massa muscular de ratos, tornando-os mais fortes e velozes.
Inicialmente, desenvolvida para tratar doenças musculares, geralmente associadas ao envelhecimento, a terapia está preocupando especialistas porque pode ser usada por atletas que desejam aumentar a sua performance.
O estudo, apresentado durante o encontro anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência, em Seattle, consiste no uso de um vírus que leva um gene sintético directamente aos músculos dos animais - tornando-os "super-ratos".
Lee Sweeney, da Universidade da Pensilvânia, é o principal cientista envolvido na terapia.
Ele afirmou que o estudo em ratos já está bastante avançado e a técnica já está pronta para começar a ser testada em seres humanos.

"A diferença entre a terapia genética e outras formas de doping seria que ela aumenta a massa muscular por mais tempo, os ratos ficam durante meses mais fortes, e não é detectada no sangue ou na urina, como outras formas de doping. Por isso, temos motivos para nos preocupar", disse Sweeney.
O cientista contou que, em ano de Olimpíadas, ele vem sendo procurado, via e-mail, por uma quantidade enorme de atletas interessados em ser submetidos à terapia.
"Os idosos correspondem a apenas metade do grupo interessado. Os atletas nem se preocupam com os riscos que essa terapia ainda apresenta", explicou.
Os pesquisadores salientaram a importância de órgãos anti-doping e organizações como o Comitê Olímpico Internacional discutirem o problema, já que essa terapia genética pode se tornar uma realidade em breve.

"É preciso que mostremos os benefícios dela contra doenças, mas que também não deixemos ela cair nas mãos de atletas que estragarão a beleza do desporto", disse Richard Pound, da Agência Mundial Anti-Doping e professor da Universidade McGill.
Os vírus, conhecidos como AAV, são manipulados em laboratório.
Os cientistas retiram o seu material genético e substituem-no pelo gene de seu interesse - no caso, um factor de crescimento semelhante à insulina chamado IGF-1.
"Esse gene modificado foi injectado no músculo dos ratos, aumentando a performance", disse Sweeney.
O cientista relatou ainda ter conseguido "ligar" e "desligar" o gene dentro dos músculos, reduzindo os riscos de os ratos desenvolverem problemas já previamente associados à terapia genética, como o aparecimento de câncer e doenças sanguíneas.
Opinião Pessoal: realmente aqui é nos apresentado como as biotecnologias podem influenciar o nosso quotidiano. mas como em tudo existem vantagens e desvantagens, e mais uma vez os problemas éticos são-nos postos como "barreira"!!!

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Biotecnologias e algumas das suas saídas profissionais

Ambiente
- Controlo ambiental

Industria Agrícola e Alimentar
- Controlo de qualidade dos produtos
- Desenvolvimento de produtos biotecnologicamente modificados
- Produção de alimentos e outros produtos biológicos
- Produção de biocombustíveis

Industria de Biotecnologia
- Desenvolvimento de enzimas e proteínas industriais
- Domínios de intervenção nas áreas agrícola, animal e florestal

Industria Farmacêutica
- Comercio e aplicação de produtos naturais medicinais, dietéticos e cosméticos

Serviços públicos e outros
- Ensino e educação
- Empresas comerciais
- Gabinetes e empresas de consultadoria
- Colaboração em equipas de investigação, desenvolvimento e transferência de biotecnologia.
- Desenvolver os seus próprios projectos empresariais

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Despertador incorporado...literalmente!

Sabe aquelas situações em que você não pode perder a hora e acorda minutos antes do despertador tocar? Pois cientistas americanos podem estar perto de descobrir como isso funciona. Eles afirmam ter identificado o dispositivo químico que accionaria o mecanismo genético regulador do chamado “relógio biológico” do corpo humano. O estudo aponta que, apesar de o processo envolver vários genes complexos, o mecanismo do relógio biológico é controlado, em última instância, pela acção de um único aminoácido. De acordo com as pesquisas, a descoberta pode ajudar no desenvolvimento de tratamentos mais eficazes contra distúrbios do sono. E, quem sabe, para que deixemos de lado os malditos despertadores!

Dieta e genes??

Uma pesquisa britânica levantou a suspeita de que a preferência alimentar das pessoas pode estar mais ligada à predisposição genética do que à escolha. Pois é, até aquela sua preferência por fígado pode ser herdada dos pais. Uma equipa de cientistas do Kings College London comparou os hábitos alimentares de milhares de gémeos e constatou que gémeos identicos têm uma probabilidade muito maior de adoptar o mesmo tipo de dieta. Os resultados sugerem que 41% a 48% da preferência de uma pessoa por um determinado grupo de alimentos é influenciada por seus genes. Segundo alguns especialistas, isto significa que deficiências na dieta alimentar de uma pessoa ou de um grupo podem ser mais difíceis de corrigir por meio de campanhas de consciencia do que se supunha. E pode também dificultar a vida dos pais na hora de raspanetes ao filho que não gosta de brócolos...