quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

'Doping genético' pode alterar futuro do desporto

Terapia pode ser usada por atletas para aumentar performance. mais um exemplo de as Biotecnologias podem ser usadas em tudo o que nos rodeia!

Uma nova pesquisa, que deve começar a ser testada em humanos, mostrou que é possível, através da terapia genética, aumentar em até 20% a massa muscular de ratos, tornando-os mais fortes e velozes.
Inicialmente, desenvolvida para tratar doenças musculares, geralmente associadas ao envelhecimento, a terapia está preocupando especialistas porque pode ser usada por atletas que desejam aumentar a sua performance.
O estudo, apresentado durante o encontro anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência, em Seattle, consiste no uso de um vírus que leva um gene sintético directamente aos músculos dos animais - tornando-os "super-ratos".
Lee Sweeney, da Universidade da Pensilvânia, é o principal cientista envolvido na terapia.
Ele afirmou que o estudo em ratos já está bastante avançado e a técnica já está pronta para começar a ser testada em seres humanos.

"A diferença entre a terapia genética e outras formas de doping seria que ela aumenta a massa muscular por mais tempo, os ratos ficam durante meses mais fortes, e não é detectada no sangue ou na urina, como outras formas de doping. Por isso, temos motivos para nos preocupar", disse Sweeney.
O cientista contou que, em ano de Olimpíadas, ele vem sendo procurado, via e-mail, por uma quantidade enorme de atletas interessados em ser submetidos à terapia.
"Os idosos correspondem a apenas metade do grupo interessado. Os atletas nem se preocupam com os riscos que essa terapia ainda apresenta", explicou.
Os pesquisadores salientaram a importância de órgãos anti-doping e organizações como o Comitê Olímpico Internacional discutirem o problema, já que essa terapia genética pode se tornar uma realidade em breve.

"É preciso que mostremos os benefícios dela contra doenças, mas que também não deixemos ela cair nas mãos de atletas que estragarão a beleza do desporto", disse Richard Pound, da Agência Mundial Anti-Doping e professor da Universidade McGill.
Os vírus, conhecidos como AAV, são manipulados em laboratório.
Os cientistas retiram o seu material genético e substituem-no pelo gene de seu interesse - no caso, um factor de crescimento semelhante à insulina chamado IGF-1.
"Esse gene modificado foi injectado no músculo dos ratos, aumentando a performance", disse Sweeney.
O cientista relatou ainda ter conseguido "ligar" e "desligar" o gene dentro dos músculos, reduzindo os riscos de os ratos desenvolverem problemas já previamente associados à terapia genética, como o aparecimento de câncer e doenças sanguíneas.
Opinião Pessoal: realmente aqui é nos apresentado como as biotecnologias podem influenciar o nosso quotidiano. mas como em tudo existem vantagens e desvantagens, e mais uma vez os problemas éticos são-nos postos como "barreira"!!!

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