Cientistas revitalizam coração de animal morto, recorrendo a técnica celular. Avanço poderá abrir um novo precedente no domínio da medicina bio-artificial, permitindo o desenvolvimento de órgãos em laboratório, para transplante. Diz-se que é uma espécie de fusão entre um órgão artificial e um biológico, ainda que não recorra a "apetrechos" da ficção científica, como próteses de qualquer género.Partindo do órgão de um animal morto, os cientistas começam por retirar as células cardíacas, deixando apenas o tecido que forma a estrutura. Em seguida reinjectam as de animais recém-nascidos. Findo o processo, descrito em linhas simples, aguardam que o coração bata regularmente, o que poderá durar uma semana.O avanço, publicado na revista Nature Medicine, abre caminho à produção de órgãos para transplante. O objectivo é desenvolver, a partir daqui, vasos sanguíneos transplantáveis e órgãos completos a partir de células humanas. Para já, os especialistas não arriscam saltar dos porcos e ratos, atendendo à delicadeza do processo, que poderá constituir a base para a medicina do futuro.A engenharia que permite o desenvolvimento de tecidos artificiais, a partir de células, não é uma novidade, podendo ser aplicada à produção de pele artificial (para tratar grandes queimados), cartilagens e tecidos ósseos. A originalidade desta técnica é que parte da arquitectura de um coração natural, que se regenera.A equipa de investigadores, dirigida por Doris Taylor, da Universidade do Minnesota, pretende agora construir um coração não com células cardíacas imaturas, mas com células estaminais, capazes de dar origem a todos os tecidos do organismo.
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